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Eu fico constrangida por sentir prazer lendo os seus textos sobre a enchente. Isso deve provar uma falha de caráter minha. Embora a tristeza e o horror que você está vivendo também me deixem triste e horrorizada, paro ao final de cada parágrafo e revisito as melhores frases: que texto rico, bem escrito.

Só consegui chorar depois de ler o seu relato da semana passada. Fiquei a noite em claro na cama, contendo os soluços pra não acordar o namorado e limpando o catarro na barra do lençol. Pela manhã, ninguém notou as olheiras, nem eu comentei da insônia, da tristeza, de nada. É uma solidão absurda acompanhar a destruição de Porto Alegre a milhares de quilômetros de distância, onde as pessoas que eu conheço não têm nenhuma relação afetiva com o sul.

Obrigada por escrever e por compartilhar conosco ❤️

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Ah, amiga, não fique constrangida, eu me sinto lisonjeada. Fico também feliz em saber que deu pra libertar teu choro, posso imaginar a solidão desse momento pra ti. Espero que tu logo venha nos visitar no sul em tempos mais bonitos e calmos <3

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Júlia que lindo e triste relato. Você compartilha tua dor com tanta clareza e doçura, que te é própria, que a gente se sente abraçado e consolado por você. Tenho rezado como nunca para que a chuva passe. Diminua. Vá embora. Vá para outro lugar. Os deixe respirar e recomeçar a achar que é possível viver e sonhar. Sei que ainda não dá. Mas vai. Força querida. É muito obrigada pelo tanto que continuas nos dando.

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<3 até amanhã, Marie ;)

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Julia Dantas, compartilhei teu escrito doído e comovente no Facebook e colaborei com o pix ♡

Eliana Guedes

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Eliana, agora já estamos em contato em outras vias, mas muito obrigada por tudo <3

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Muita sensibilidade para descrever a dor. Identificado com teus sentimentos, reproduzi tua crônica na minha página no Facebook. Prazer em conhecer essa brilhante conterrânea. Aqui de São Paulo torço para a reconstrução da vida de vocês.

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Muito obrigada, que sigamos em contato e que seja em tempos melhores!

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Ontem li teu texto sobre os primeiros dias. Casualmente tinha acabado de postar no instagram algumas imagens (bem intimas, como tu mesma disse) e meu texto, embora sem a qualidade d teu, tinha algumas ideias bem parecidas ali. Era mais ou mens isso:

"Nossa casa não foi arrastada pela enchente. Ela apenas foi inundada, mas segue de pé e, até onde pude avaliar, sem grandes problemas estruturais. Portanto ontem quando botei os pés nela pela primeira vez em quase 20 dias angustiantes depois de deixá-la em razão da ameaça de cheia do Guaíba, tive um misto de sentimento de conformismo, raiva e tristeza. Conformismo porque tem muita gente que de fato não tem mais uma casa de pé, portanto sei que nosso problema pode ser mais simples que o de muitos gaúchos. Ouvimos “o importante é que vocês estão bem, o resto se reconstrói” tantas vezes nas últimas semanas que chegou a dar raiva, porque por mais que sejam palavras de razão e bem intencionadas, acabam dando uma sensação de que nossa perda é diminuta e reparável. Mas tem coisas que não se reconstroem. Por isso, também senti tristeza porque embora ainda tenhamos uma casa, a historia dela se perdeu. O cenário é triste. No dia em que terminarmos a limpeza, sabe-se lá quando, teremos uma casa vazia. Não sobrou nada. Sofás, móveis planejados, armários, nada vai prestar. E tenho minhas dúvidas se vamos querer o que ainda pode ser salvo. Fotos de papel, livros com dedicatórias, musicas, memórias… Tudo pelo chão em uma mistura podre de barro, esgoto, merda e lodo preto. Nada se salva. Não sei se um dia o cheiro da casa vai voltar a ter o nosso cheiro, aquele cheirinho de lar, as vezes nem tão agradável, mas um registro do conforto da nossa casa. Admiro tanto esse povo que tem energia pra recomeçar. Não só o gaúcho, mas também o mineiro, o nordestino, o palestino, o africano… Nossa vontade é fechar a porta e nunca mais voltar."

Eu consegui ir apenas um dia em casa. mal comecei a limpeza. A minha rua ainda estava com agua na altura do tornozelo. Em função do risco, ainda não aceitei ajuda de ninguem. Hoje, voltou a chover forte e o pouco que eu tinha limpado agora, provavelmente está cheio de agua, lama e esgoto de novo.

Mas lendo este teu texto de hoje, me da ainda um pouco de esperança.

Um abraço e fiquem bem. Na medida do possível.

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Pablo, nossa, lamento muito tudo que tu passou. Que experiências similares as nossas, não? Fico impressionada com esses pontos de contato de quem teve que atravessar isso que estamos atravessando: a raiva, o cheiro, a vontade de ir embora, a percepção de que há tragédias tão maiores. Enfim, sinto muito. Espero que tu já esteja numa situação melhor agora. Por aqui, estamos na fase de reparos e reconstruções. Muito trabalho, mas com perspectivas de um futuro melhor. Te mando um grande abraço!

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Obrigado Julia! Teu relato me ajudou muito nos primeiro dias. Seguimos em situações parecidas. Por aqui também estamos nos reparos e reconstruções. Um pouco perdidos ainda pois o desejo de retornar pra mesma casa foi diminuindo - mas sim, estamos em uma situação bem melhor. Costumo dizer que o pior já passou, quando me perguntam como estamos. Vamos em frente. Um grande abraço!

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Sim, eu também costumo dizer que o pior já passou. Acho que mais do que "voltar para casa", a gente vai ter que recriar novas casas, né?

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Que linda a sua capacidade de organizar palavras e pensamentos nessa narrativa tão sincera. Já fiz meu pix e estou compartilhando seu texto como incentivo para o recomeço. 💛

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Muito obrigada, Sarita, por todos os tipos de ajuda <3 Aos pouquinhos estamos preparando o retorno para casa, que deve ser ainda esse mês. Ou seja, tudo bastante melhor agora.

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Você é uma escritora incrível. Achei seu relato muito original e dolorido. De São Paulo e à distância, mando meus votos e apoio.

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Querido, tu sempre perto mesmo estando longe. Um grande beijo!

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Julia, estamos juntas. Fiquem em segurança.

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Estamos juntas, sim <3

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Fale de sua aldeia e estará falando do mundo, obrigada por trazer num relato tão dolorido e vivido o que as imagens da televisão não dão conta de entregar. Você obviamente não teve mais tempo de seguir o teu relato, penso em você, no Felipe e na cachorra, e em como vocês estarão conseguindo reorganizar os fragmentos de vidas passadas que restaram. Quando puder, volte, e que meu pix possa satisfazer um pequeno desejo ❤️

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Muito obrigada, Mai <3 Em breve vou escrever sobre os desdobramentos da reconstrução e sobre finalmente conseguir antever o retorno para casa. Pode ter certeza que teu pix ajudou muito na reinvenção desse lar :) Um grande beijo!

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Que relato de coragem. Um retrato de terror. Só posso lamentar.

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Obrigada, Denys. Um abraço!

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Agradeço a escrita da vida que insiste com a horror e o fascínio das tragédias

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Obrigada, Ricardo. A escrita vai tornando tudo mais suportável.

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Muito obrigado por mais este texto. Torcendo por vocês.

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Obrigada, Milton! Tudo já está bem melhor agora. Até o fim do mês, espero voltar para casa. Aos pouquinhos vamos em frente.

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Sou amigo do Quico, tio do Felipe. Obrigado por ter a coragem de compartilhar a dor e a batalha de vocês, que é a de tantas pessoas em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul.

Fico imaginando como as pessoas que não conseguem fazer uma elaboração intelectualizada como a sua, tem que elaborar essa tragédia na carne, na pele, no corpo.

Seus textos me fazem chorar porque fazem realizar como nossas vidas são frágeis.

Felizmente não são coisas que fazem a nossa vida. Essas vão e vem, levam memórias mas essas ficam guardadas em outro lugar. A vida da gente é feita da gente que nos rodeia.

Abraço solidário e carinhoso

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Que perfeito resumo: "A vida da gente é feita da gente que nos rodeia.". É isso. A tragédia é imensa, mas no nosso caso em particular, as pessoas ao nosso redor compareceram com todo apoio e auxílio. Espero que todos nós encontremos os meios de elaborar. Mesmo para mim, que escrevo, às vezes ainda parece tudo inacreditável.

Mas nesses encontros com outras pessoas e no compartilhamento coletivo, vamos encontrar os caminhos.

Um grande abraço!

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